De Fàbregas à Jon Toral

Bom, começaremos assim: que o Barça tem a melhor base do mundo é óbvio, e esse poderoso recurso tende a se manter nesse nível por muitos anos. Uma história de rivalidade entre o Arsenal e o Barcelona, fora dos campos, é muito famosa, e gira em torno de um jogador também famoso: Cesc Fàbregas. O garoto, que entrou na base do Barça com 10 anos, era uma das estrelas do time de base dos catalães.

Cesc Fàbregas com a camisa do Barça

Em 2003, Fàbregas, que até então não tinha chance na equipe principal do Barça, foi transferido para o Arsenal, alegando falta de oportunidades na equipe espanhola. Essa transferência, por ter sido de um jogador jovem, foi muito discutida entre os clubes e até pela imprensa, por falta de pagamentos (multa rescisória) ao Barcelona.
No ano passado, a história se repete, porém, desta vez, com outro garoto com as mesmas abilidades de Fàbregas. Seu nome é Jon Toral, também é meia, canhoto, e com ótima visão de jogo. E, para deixar a coincidência ainda maior, ele também foi ao Arsenal com 16 anos. Dessa vez, porém, foram pagos 350 mil euros pelo passe do jovem prodígio. A diferença é que a mãe de Jon é inglesa. Com isso a adaptação e um futuro passaporte britânico podem ser mais fáceis de se adquirir.

JonToral, o novo Fàbregas

O Barça sente-se frustrado pela segunda vez, porém dessa vez se junta o sentimento de traição, pois o agente de Toral é ninguém menos que Pere Guardiola. Pois é, irmão do grandioso técnico Pep. Ou seja, os jogadores da base do Barça acabam sendo tão cobiçados quanto os do time profissional.

Javi Manquillo, o garoto que rejeitou o Real Madrid

Javier Manquillo Gaitán é lateral-direito e, atualmente, uma das pérolas da base do Atlético de Madrid. Mas não foi sempre assim não. Ele começou sua carreira no rival Real Madrid, em 2004, juntamente com seu irmão gêmeo Víctor, um atacante.

Javi Manquillo, pérola dos 'Colchoneros'

Três anos depois, a diretoria merengue anunciou à família dos garotos que eles queriam contar apenas com Javi, não mais com Víctor.

Víctor Manquillo, o atacante renegado.

Porém, a negociação não saiu como a diretoria do Real esperava. Javi não desejava ficar no clube sem o irmão. Ou os merengues ficavam com os dois, ou não teriam nenhum. E assim, no desenrolar da negociação, Javi se levantou e disse: "Então irei-me embora do clube junto ao meu irmão." O responsável pela base do clube (na época era Ricardo Gallego) pediu a Javi para que pensasse no caso, mas o garoto não lhe deu ouvidos.

48 horas depois, os dois irmãos receberam uma chamada do rival Atlético, e não pensaram duas vezes. Então, no começo da atual temporada (2011-12), o técnico de base do Atleti falou à família que não contaria mais com Víctor, mas queria a permanência de Javi. Então, a família teve uma reunião e os pais decidiram que a carreira dos gêmeos se separaria. Assim, Javi ficaria no Atlético e Víctor iria parar no Rayo Vallecano, outro clube de Madrid.

Javi, mais talentoso, já foi convocado pelas seleções sub-16, 17, 18 e, recentemente, pela sub-19; além de ter sido chamado no começo da temporada para disputar amistosos com a equipe principal. Em 21 de dezembro, ele fez sua estreia no profissional, em uma partida da Copa do Rei, contra o Albacete.

O Grande Erro de Jesús Gil

Alguém aí conhece Jesús Gil? Pra quem não sabe, Jesús foi o presidente do famoso clube espanhol Atlético de Madrid por 16 anos (1987-2003). Agora, vocês devem estar se perguntando: qual foi o grande erro que este homem cometeu?

Jesús Gil

Em 1990, um garoto prodígio aparece nas categorias de base do Atlético. Seu nome: Raúl González Blanco. Por esse nome pouca gente o conhece, mas se você falar só o primeiro nome, o que vem à lembrança é do atual jogador do Schalke 04, maior artilheiro da Champions League, e gênio "revelado" no Real Madrid. Até então, Raúl era um desconhecido, assim como todo garoto da base. Ele ficou dois anos no Atlético, jogando pelas categorias Infantil e Cadete. O erro aparece justamente em 1992, quando o então presidente Jesús Gil decide acabar com as categorias de base do Atlético, pois assim o clube salvaria dinheiro. 

Raúl, à direita, na época em que jogava pelo Atlético

Então, como todos os jogadores de base tiveram seu acordo com o Atlético terminados, Raúl marchou para o grande rival, o gigante Real Madrid. A partir daí vocês já sabem a história. 16 anos no clube merengue, 323 gols em 741 jogos pelo Real, 6 Campeonatos Espanhóis, 4 Supercopas Espanholas, 3 Champions League, 1 Supercopa da UEFA, 2 Mundiais Interclubes, além de ter ganho 5 vezes o título de melhor jogador espanhol, e estar no FIFA 100 (lista dos 100 melhores jogadores da história do futebol feita por ninguém menos que Pelé).
Em resumo, por causa de uma decisão precipitada tomada por Jesús Gil, o Atlético perdeu um jogador que podia ter sido uma estrela dos Colchoneros, e não dos Merengues.

Introdução ao Blog

Olá caros leitores! Aqui neste blog irei postar diariamente uma história sobre um jogador, técnico, ou qualquer outro profissional relacionado à futebol mundial. Espero que gostem e divulguem o blog. Esta semana irei postar bem mais, pois é o início do blog, então estou querendo deixar ele com conteúdo desde o começo, para atrair pessoas interessadas nas "matérias" daqui.
Abraços,
MYS77